quarta-feira, 28 de outubro de 2015

LIVRO NOSSA HERANÇA - CAPITULO 3 - O NASCIMENTO DA IGREJA RENAMESCENTE (VII / VIII Partes)

O Dom de Profecia Para a Igreja Remanescente (VII)

             

           
 “Quando em visão em Patmos, João viu símbolos das grandes eras da história do mundo. À medida que João contemplava o futuro, nas visões, ele viu o povo leal de Deus próximo ao fim dos tempos e presenciou a intensidade do conflito. Quando o profeta olhou mais atentamente, viu que essa Igreja estava guardando os mandamentos de Deus. Viu também que havia uma direção especial através do espírito de profecia, pois os testemunho de Jesus é o espírito de profecia” (Apoc. 19:10) (The Story of Our Church, p. 186).

            Desde o principio, Deus tem mentido contato com Sua Igreja de várias maneiras. Sua liderança nem sempre é tão clara como a coluna de nuvem durante o dia ou a coluna de fogo durante a noite, mas Seu povo tem se conscientizado de Sua presença. O principal canal de comunicação entre Deus e Seu povo tem sido através de “Seus servos os profetas”. Conforme esta predito em Apoc. 12:17 e 19:10 a Igreja Remanescente devia ter o dom de profecia.
            Em janeiro de 1842, um mulato chamado William Foy, um batista de Boston, que, mais tarde, preparou-se para o ministério episcopal, recebeu uma visão a respeito dos remidos sendo conduzidos às glórias celestiais. Em fevereiro, uma visão semelhante foi dada a ele com instruções definidas para compartilha-la. Três dias mais tarde, após se sentir relutante em falar, relatou a visão à congregação de Boston.
            Após viajar extensivamente levando essa mensagem, Foy recebeu a terceira visão, poucas semanas antes do desapontamento. Um novo tema lhe foi mostrado. Ele viu três plataformas que indicavam a terceira fase da mensagem de Deus para aquele tempo. Em perplexidade abandonou a obra pública e pouco depois morreu. No entanto, não há indicação de que ele tenha cometido pecado em não relatar essa visão.
            Hazen Foss, um talentoso jovem Adventista de Portland, Maine recebeu uma visão poucas semanas antes do desapontamento. A visão incluía as três plataformas que foram mostradas a Foy, Foss foi advertido a respeito de algumas dificuldades que teria de enfrentar como mensageiro do Senhor quando relatasse a visão. Temendo o ridículo das pessoas, recusou-se a contá-la. A visão foi repetida com a advertência de que se ele recusasse o dom seria retirado dele. Por ter se negado uma vez mais, uma terceira visão lhe foi dada dizendo que o dom seria transferido para a mais fraca dos fracos. Embora tenha vivido até 1893, jamais recuperou o interesse na religião pessoal.
            Ellen Harmon foi a terceira pessoa escolhida pelo Senhor par ser a mensageira ao remanescente. Em dezembro de 1844, dois meses após o desapontamento, quando uma palavra segura, vinda do céu, era necessária aos crentes Adventistas. Deus deu uma visão a Ellen uma garota de 17 anos. Brevemente, uma representante simbólica do futuro da Igreja desenrolou-se diante dela. O tempo em questão era de 22 de outubro até a entrada dos santos na Nova Jerusalém. Ela viu que a Vinda de Jesus não ocorreria tão rapidamente como eles haviam esperado. A glória da visão do céu parecia tão real a Ellen que após ter saído da visão, tudo parecia escuro ao seu redor. Ela chorou quando percebeu que sua experiência havia sido apenas uma visão. Sentia saudades do céu.
            Após uma semana da primeira visão, Ellen recebeu uma segunda revelação. Foi-lhe dito que deveria ir a vários lugares contando o que havia sido mostrado a ela. Ao mesmo tempo, foi advertida a respeito das provações que sofreria.
            Em sua primeira visão, Ellen viu as mesmas coisas que Foy e Foss. A visão mostrava a jornada do povo de Deus a caminho do reino eterno.
            Nos primeiros tempos da Igreja Adventista, as pessoas deviam decidir se criam ou não nas mensagens de Ellen White como sendo enviadas por Deus. Do mesmo modo hoje, as pessoas que se unem à Igreja Adventista do Sétimo Dia devem determinar em seu próprio coração se ela fala verdadeiramente quando declara que Deus a chamou para ser Sua mensageira. Contudo, não temos motivos para duvidar porque a Bíblia dá provas importantes sobre a comprovação do dom profético de Ellen G. White. Há quatro provas bíblicas incontestáveis em sua vida e obra que se harmonizam com os testes da Palavra de Deus. (Aprenda as quatro referências e testes.)

a. “A lei ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva”. (Is. 8:20)

            Não há conflito entre as declarações feitas nos Testemunhos para a Igreja e os ensinos da Bíblia. Ellen White eleva e magnífica a Bíblia de modo consistente.

b. “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mat. 7:20).

            A Escola Sabatina, a educação cristã, o estilo de vida saudável, a obra de publicações são apenas alguns dos frutos que têm sido produzidos na Igreja como resultado da orientação e conselhos da mensageira do Senhor. Por mais de setenta anos, Ellen White provou ser uma cristã genuína e uma líder sábia e confiável. Ela devotou sua vida a obra de Deus, jamais buscando posição ou riqueza.

c. “Só ao cumprir-se sua palavra será conhecido como profeta de fato enviado do Senhor”. (Jer. 28:9).

            Há muitos profetas na Bíblia e há pessoas que, nas Escrituras, foram chamadas de profetas, mas não fizeram predições. Contudo, se o profeta faz predições, elas precisam se cumprir. Em 1844, Ellen White predisse que uns poucos periódicos em uma sacola cresceriam e seriam divulgados tornando-se como “torrentes de luz a iluminar o mundo”. Hoje, a Igreja Adventista do Sétimo Dia opera cerca de 50 Casas Publicadoras. Há muitas outras predições que confirmam a veracidade de suas palavras tais como o câncer é provocado por um vírus e que o mundo se envolveria em um conflito internacional com a perda de esquadras e navios e milhões de vidas. Tudo isso confirma que suas palavras são verdadeiras.

d. “Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”. (I Jo. 4:2)

            Livros como o Desejado de Todas as Nações, O Maior Discurso de Cristo e Parábolas de Jesus são claras testemunhas do fato de que Ellen White confessou que Jesus é Deus.
            Através dos anos, os inimigos criticaram implacavelmente a Sra. White e suas reivindicações de ter recebido revelações divinas. Sua obra tem sido alvo de preconceito, distorções de fatos e pronunciada falsidade. Tais ataques deviam ser esperados. Entretanto mais de 100 livros e milhares de artigos públicos em periódicos ainda dão testemunhos da comissão divina dada a essa notável senhora. A história da Igreja está entrelaçada com a história da direção dada pelo dom de profecia. Onde quer que a Igreja siga os conselhos do Senhor conforme foi prometido, há prosperidade.

Alguns fatos interessantes sobre a vida e obra de Ellen White

a.       Ellen Gould Harmon nasceu em 26 de novembro de 1827, em uma fazenda em Gorham, Maine, cerca de 17 quilômetros a oeste de Portland.Com sua irmã gêmea Elizabete, era a caçula de uma família de 8 irmãos. Era uma criança feliz, normal, de temperamento agradável e um profundo senso da importância da religião, que recebeu de seus devotos pais.
b.      Um dia, quando atravessava o parque a caminho de casa, uma colega de classe atirou uma pedra em seu rosto.Esse acidente provocou uma brusca mudança em sua vida. O nariz foi fraturado e o rosto tornou-se temporariamente desfigurado. Por três semanas permaneceu inconsciente e o choque nervoso tornou-a invalida durante um tempo considerável. Os estudos estavam fora de cogitação e embora tentasse voltar a freqüentar a escola teve que desistir de qualquer plano de receber educação formal devido a sua doença.

c.       Em 1840 e novamente em 1842, Ellen White e sua família ouviram a doutrina do breve retorno de Cristo através do pregador Guilherme Miller. Aceitaram seus ensinos enquanto permaneciam na Igreja Metodista. Entretanto, não foi fácil e durante asse período, Ellen atravessou uma crise espiritual lutando em busca de uma decisão. Na campal, nos últimos meses de 1840, entregou o coração a Jesus e, imediatamente, seu espírito atribulado acalmou-se. Desse tempo em diante, começou um novo relacionamento com o Senhor.

d.      Sua família estava entre os que aceitaram “o clamor da meia-noite” para esquecer e deixar as Igrejas apostatadas. Juntamente com muitos outros experimentaram o grande desapontamento, mas permaneceram firmes na mensagem do Advento.

e.       Sua primeira visão ocorreu pouco depois do grande desapontamento e lhe foi mostrada a caminhada do povo do Advento em direção ao lar celestial. Quando pensou em sua juventude (tinha apenas 17 anos), timidez, saúde precária e provações diante dela, orou sinceramente para que Deus a liberasse da responsabilidade de ser Sua mensageira. Mas o chamado do dever não se alterou e ela expressou sua disposição para ir e fazer o que Deus desejava que fizesse.

f.       Em abril de 1847 ela recebeu uma visão a respeito do sábado. Viu o templo celestial no céu e Jesus levantando a tampa da arca do concerto. Viu então os dez mandamentos e um suave halo de luz em torno do quarto mandamento confirmando sua importância. Foi-lhe mostrado que o sábado deveria sempre ser guardado e se assim fosse não haveria ateus e infiéis e o mundo estaria protegido contra a idolatria. Essa visão trouxe-lhe compreensão a respeito da ligação do sábado e da terceira mensagem angélica. Os crentes que viram a verdadeira importância das doutrinas do Santuário, do sábado e do Segundo Advento foram os precursores da Igreja Adventista do Sétimo Dia. (Leia Life Sketches pp. 95, 96).

g.      Os próximos 70 anos sua obra consistiu em receber conselhos de Deus, e transmiti-los ao Seu povo. Ela falou a muitas congregações, escreveu cerca de 40 volumes em vida e contribuiu com muitos artigos em publicações adventistas do sétimo dia. Talvez sua obra mais conhecida e apreciada seja O Desejado de Todas as Nações. Viajou a muitos lugares, não apenas na América do Norte, mas esteve também na Europa, Austrália e Nova Zelândia onde suas orientações foram utilizadas para o estabelecimento da obra ali. Ela foi uma pessoa-chave para o estabelecimento do Colégio Avondale na Austrália.

h.      As mensagens que Ellen White recebeu de Deus foram dadas geralmente em forma de visão. Durante essas visões era evidente que ela estava sob controle divino. Olhava intensamente para algum ponto distante e toda a respiração cessava; porém suas feições não perdiam a cor natural e a pulsação prosseguia num ritmo normal. Varias testemunhas oculares, inclusive doutores atestaram que se tratava de um fenômeno sobrenatural. F. C. Candle que testemunhou um exame médico declarou: “Uma lamparina acesa foi colocada perto de seus olhos bem abertos e nem um músculo do olho moveu-se. Seu pulso foi então examinado e também seu fôlego e não havia respiração. O resultado e que todos se convenceram de que não havia razões cientificas para explicar o que claramente era de origem sobrenatural”. Essa frágil mulher deu evidencias de possuir uma grande força quando em visão. Em certa ocasião ergueu uma pesada Bíblia de oito quilos durante cerca de meia hora.

i.        Sete anos após ter recebido a primeira visão, ela publicou seu primeiro livro, um panfleto de 64 paginas, atualmente a primeira seção do livro Primeiros Escritos. Os livros de Ellen White são chamados de escritos do Espírito de Profecia “Algumas de suas obras mais preeminentes que vocês deveriam conhecer são:

      1855-1909     Testimomes for the Church (9 volumes)
1882               Primeiros Escritos
1888               O Grande Conflito
1890               Patriarcas e Profetas
1892                      Obreiros Evangélicos
1892                      Caminho a Cristo
1896               O Maior Discurso de Cristo
1898               O Desejado de Todas as Nações
1900                       Parábolas de Jesus
1903                      Educação
1905               A Ciência do Bom Viver
1911               Atos dos Apóstolos
1913               Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes
1916               Profetas e Reis

j.     Ellen White “dormiu em Jesus tão calma e pacificamente como uma criança cansada adormece” em seu lar em Elmshaven em 16 de julho de 1915.  Foi sepultada ao lado de seu marido e filhos em Battle Creek, Michigan.

Outros Pioneiros (VIII)

Tiago White (1821-1881) foi um ministro pioneiro do movimento Adventista. Apesar de seus defeitos físicos, sentia que Deus queria usa-lo para advertir o mundo da proximidade do fim. Por isso saiu a pregar em vários lugares levando a primeira mensagem angélica a muitas cidades. Era um orador persuasivo e ótimo cantor, mas acima de tudo era um líder em potencial. “Tiago White, intrépido, hábil, com visão do futuro, laborioso líder da Igreja Adventista nascente que desempenhou importante papel nas primeiras décadas: primeiro, esclarecendo e emoldurando as doutrinas, levando as pessoas a aceita-las e observa-las; segundo, promovendo e organizando o governo eclesiástico e terceiro, fundando e administrando instituições – a Igreja como um corpo, a obra de publicações, educacional e de saúde que formaram os pilares dessa causa... Ele nasceu líder... Todos os seus coobreiros sentiam o poder dinâmico de seu espírito...” (Spalding). Por vários anos sofreu devido a problemas de saúde: parte devido ao excesso de trabalho e morreu com apenas 60 anos, mas, naqueles dias foi usado por Deus para estabelecer a Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Tiago White serviu como presidente da Associação Geral por três mandatos, totalizando dez anos como pastor geral. 

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